O Oceanário de Lisboa tem a marca dos irmãos Chermayeff. O edifício tem o traço do arquiteto Peter, mas quando entramos no antigo Pavilhão dos Oceanos é a criatividade de Ivan Chermayeff que nos dá as boas vindas.
O génio do design, autor de alguns dos mais conhecidos logotipos a nível mundial, assina um grande painel de azulejos em azul e branco, acompanhando as duas rampas de acesso do oceanário, com a representação de animais marinhos. Foram utilizadas na sua composição novas tecnologias, designadamente o tratamento computorizado de "pixels" de imagens, conjugadas com processos tradicionais. As formas marinhas só se tornam percetíveis ao longe, mas os elementos que as compõem, de variadíssimos tons e desenhos geométricos, só são possíveis de entendimento quando se faz a aproximação ao painel.
Designer, ilustrador e artista, considerado pelo The Guardian "Logo genius", Ivan Chermayeff criou imagens memoráveis e icónicas para centenas de clientes. Sempre rejeitou a ideia de ser um arquiteto que "trabalha em coisas que demoram muito tempo, e que muitas vezes falham por falta de financiamento ou qualquer outra razão. Com o design gráfico, há a vantagem de que 99% do que fazemos é produzido" e adorava ver os seus logótipos "rapidamente publicados por toda a cidade".
Era um apaixonado por Portugal. Para a campanha mundial da Pan Am, concebeu o cartaz "Pan Am Portugal 1972", com uma fotografia da costa oeste portuguesa, marcada pelo contraste entre o casario e as ondas altas do Atlântico.
Em terras lusas há três livros infantis, publicados pela editora Bruaá, com ilustrações de Ivan Chermayeff: "Guarda como um segredo", "Um nome para o cão" e "Estava a pensar”.