História

DA PONTE ROMANA À EXPO ‘98

As primeiras notícias históricas com referência a este território remontam ao período romano, entre o sec. II a.C. e I d.C., com a construção de estradas e pontes. É o caso da ponte sobre o rio Trancão onde passavam as duas vias romanas, a Via XV a Emérita Augusta (ligava Lisboa a Mérida) e a Via XVI a Bracara Augusta (ligava Lisboa a Braga):


Os Romanos sabiam fazer pontes. E fizeram. Uma de quinze arcos (…).  E essa foi a “estrada “do atual Parque das Nações durante milhares de anos. (1)

A BATALHA DE SACAVÉM

A batalha de Sacavém fez história no sec. XII aquando da conquista de Lisboa aos muçulmanos. Para fundar Portugal, D. Afonso Henriques e as Nações de Cruzados deram luta ao invasor, na Ponte de Sacavém, antes de ir repousar na Igreja de S. Félix e Santo Adrião a Chelas, para depois libertar Lisboa. (1)

TERRITÓRIO ESTRATÉGICO

Por ordem d’ El Rei, D. Pedro II manda o Duque do Cadaval, Mestre-de-Campo General, comprar a Quinta de Beirolas para aí instalar os Quartéis dos Regimentos, para a defesa da Cidade com armazéns de pólvora. Mais tarde, em 1808, amplia-se a linha de defesa de Lisboa da Torre de Belém a Beirolas pelo Major António José Vaz Velho.

Do mesmo modo, o território do atual Parque das Nações foi pano de fundo da Guerra Civil portuguesa ou Guerra Miguelista. Laura Junot, como Embaixatriz, navega pelo Tejo e passeia pelo Parque nas suas idas às Caldas da Rainha. As Linhas de Torres Vedras e o depósito de Beirolas garantem a independência e abrem as portas à Guerra Civil. E o Parque viu um Herói da Independência, General Sepúlveda, passar do Campo Liberal (tinha sido membro do Sinédrio do Porto) após ter exercido as funções de Comandante Militar de Lisboa em 1826, aderir à Vilafrancada e ocupar o quartel do Depósito de Beirolas às ordens de D. Miguel. (1)

AGRO-PASTORIL, PISCATÓRIO E INDUSTRIAL

No território do Parque das Nações sempre esteve presente a dualidade entre espaço rural - de quintas e palacetes onde a monarquia ia e vinha para fazer as suas férias não muito longe do rebuliço da cidade de Lisboa - e o desenvolvimento industrial, já nos finais do séc. XVIII. Também aqui se foram desenvolvendo as infraestruturas relacionadas com os transportes, levando e trazendo pessoas e mercadoria.

Já no séc. XIX assiste-se à instalação da indústria pesada, não só devido à disponibilidade de espaço a baixo custo, como à tentativa de salvaguardar a saúde da respetiva população com o afastamento da poluição das fábricas da cidade.

Enquanto a zona ocidental e nobre da cidade acolhia a Exposição do Mundo Português, instalava-se a refinaria da SACOR em Cabo Ruivo, o matadouro nos Olivais e vazadouros de lixo ao longo da faixa ribeirinha quase a chegar a Vila Franca de Xira. (1)

O AEROPORTO DE CABO-RUIVO E A PONTE AÉREA COM EUA

Em 1939 que amarou pela primeira vez no rio Tejo um hidroavião Clipper vindo das Américas. Tratava-se de um hidroavião Boeing de matrícula B-314 NC 1863. Era conhecido por “Yankee Clipper”. Fora batizado, pela Senhora F. D. Roosevelt em 3 de Março de 1939.

Muitos judeus fugidos da Segunda Guerra Mundial utilizavam esta autoestrada aérea para se deslocarem com mais segurança para os EUA. O aeroporto da Portela de Sacavém abre em 1943, assim como a Avenida Entre Aeroportos.

 EXPO’98

A Exposição Mundial de Lisboa EXPO’98 foi um projeto estratégico para Portugal. Desde logo, nos objetivos: Afirmação interna e internacional da sua capacidade de mobilizar,  planear e concretizar projetos de grande complexidade e dimensão; reabilitação urbanística e ambiental de uma área de 340 hectares, localizada junto ao rio Tejo; a devolução aos cidadãos do direito a usufruírem desta belíssima frente ribeirinha de 5 km; estimular a atividade económica; promover uma reflexão profícua em torno do tema da Exposição “Os Oceanos: Um Património para o Futuro”, contribuindo para a consciencialização individual e coletiva, sobre a necessidade de preservação dos oceanos e dos seus recursos finitos.

A EXPO’98 foi o motor de lançamento de uma reabilitação urbana feita com especial celeridade, mas a sua principal mais valia, aquela que definiu o modelo “EXPO’98” foi a visão e a capacidade de transformar um evento numa ação estrutural e integrada que transformou a zona oriental Lisboa.

Desta forma, o recinto expositivo foi envolvido numa enorme operação de regeneração urbana e social, compreendendo cerca de 340 hectares ao longo de cinco quilómetros de frente ribeirinha. Uma vez liberto do uso industrial e portuário, este terreno converter-se-ia na nova centralidade urbana e multifuncional de Lisboa.

A EXPO’98 foi inaugurada dia 22 de maio de 1998 e encerrada em 30 de setembro de 1998. Recebeu a visita de quase 10 milhões de pessoas e tinha cinco pavilhões temáticos: Pavilhão de Portugal, da Utopia, do Futuro, do Conhecimento dos Mares e o Oceanário, e ainda pavilhões nacionais. Estiveram presentes 146 países.

 

Bibliografia

1) CARVALHO-RODRIGUES, Fernando. “As Nações fizeram daqui Parque” - publicado em 'Notícias do Parque' de 1 de Dezembro de 2012.

Relatório EXPO 98

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