TALHÃO DE ÁFRICA (MOÇAMBIQUE E ANGOLA)
Arq. João Gomes da Silva/ Instituto de Agronomia de Lisboa/ Global
Passe por entre a vegetação da floresta clara das dunas litorais da ilha de Inhaca e a savana alta das zonas interiores de Moçambique, entre grandes árvores dispersas.
O deserto de Moçâmedes, em Angola, está também representado neste jardim, através da vegetação da estepe desértica e dos pavimentos de areia de cor quente e seca.
Para representar o deserto os projetistas implantaram uma plataforma levantada em degraus, que marca fortemente a entrada norte dos jardins. Dominam as cores quentes dos materiais de pedra que cobrem a plataforma, em analogia com o fenómeno geológico da baía dos Tigres (também no deserto de Moçâmedes), e a base do talhão reveste-se com vegetação rasteira. Cada planta, na maioria Cactáceas, ganha uma importância exclusiva, quase escultórica, o que se ajusta à reduzida quantidade de espécies desta região.
Neste talhão escasseiam as árvores, que só aparecem nas zonas finais - representando, de um lado o embondeiro, do outro a floresta clara da ilha de Inhaca e a savana arborizada do Sul de África. O número de espécies foi reduzido ao máximo, procurando não dificultar a leitura do espaço, onde deveriam prevalecer o material inerte e uma certa simplicidade.
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